Preciso pegar minhas coisas e partir. Viajar, esquecer, talvez amar. Estou quase feliz enquanto procuro as botas, a jaqueta e a mochila no corredor de entrada. Na estação certamente há trens para toda parte e a qualquer hora. Calço minhas botas com estrelas de metal cromado pensando vagamente que preciso de um banho e poderia quem sabe, mas não tenho vontade sequer de espiar os livros na mesa da sala nem de ficar mais um segundo neste lugar onde não há marcas da passagem de K. Exceto aquele vago cheiro, na noite passada, que logo se dissipou. Tenho a mão estendida para abrir a porta, chamar o elevador. Descer, partir, viver.