O tempo passa tão depressa que mal percebi sua voracidade. Diferentemente dos últimos anos esse ainda me parece mais veloz, e me encontro agora cientemente que estamos quase no meio do ano. Mal pude observar os detalhes que aconteceram desde janeiro até cá, mal parei pra entender o que estava se passando, me despedi com pressa, decidi por não pensar mais no assunto, ou se não que lembrasse apenas dos momentos felizes. Lembrar dos teus sorrisos me faz bem, me faz muito bem. Mas o que fazer quando lembro de ti e sinto aquela vontade desesperadora de te abraçar? E te fazer sorrir, e ouvir a senhora falar bobeiras que também me faziam rir. Trágico é saber que isso, aqui onde me encontro, jamais acontecerá novamente. Tenho visto tanta coisa mudar, tantos planos se moldarem, tantos caminhos se construírem... E vó, como eu queria que a senhora visse tudo isso também. É tanta a saudade que me ocorre de ir até o seu quarto, e me deparar com o mesmo fechado, então corro pra o lugar onde mais gostavas de estar, e lá também não te encontras. Tenho vontade de correr, gritar seu nome, e continuar te procurando. Meu coração nunca fica tão apertado como quando penso em ti dessa forma. Tuas lembranças ainda estão tão fixas em mim, e o costume me maltrata sem igual! Inúmeras vezes espero sua voz falando que "a louca" da casa chegou, ou que ninguém melhor do que eu pra te perturbar. A senhora não imagina como cada gesto me faz falta! As suas caretas, os seus abraços, suas danças, suas conversas, tudo tudo me dói demais. Sei que te encontras em um lugar melhor, onde espero poder te encontrar algum dia também, mas você ainda faz parte de mim, o meu coração não vai deixar você ir. Nunca.
Eu te amo como antes, como sempre.