22 de abr. de 2014

A solidão em si é muito relativa. Uma pessoa que tem hábitos intelectuais ou artísticos, uma pessoa que gosta de música, uma pessoa que gosta de ler nunca está sozinha. Ela terá sempre uma companhia: a companhia imensa de todos os artistas, todos os escritores que ela ama, ao longo dos séculos.
Já parou pra pensar que você pode abrir dez portas fechando uma?
As vezes tarde demais,
é a hora certa.
Algumas pessoas escolhem ser livres. Outras não têm chance de escolha, apenas são. E nunca mudam, mesmo que queiram. É uma questão de fase: paixão não revelada é paixão morta, amor não demonstrado é amor morto. Só mais uns dias e pronto. Estarei oficialmente no limbo, na liberdade anestésica de absolutamente nada sentir.

Corte-me os pés, tenho asas.


21 de abr. de 2014


A borboleta fazia esquecer a crisálida.

15 de abr. de 2014

Dentro da igreja, ajoelhe-se. 
No estádio de futebol, grite pelo seu time. 
Numa festa, comemore. 
Durante um beijo, apaixone-se. 
De frente para o mar, dispa-se. 
Reencontrou um amigo, escute-o.
Ou faça de outro jeito, se preferir: dentro da igreja, escute-O. 
Durante um beijo, dispa-se. 
No estádio de futebol, apaixone-se. 
De frente para o mar, ajoelhe-se. 
Numa festa, grite pelo seu time. 
Reencontrou um amigo, comemore.
Esteja, entregue-se.

12 de abr. de 2014

Que Deus ouça também as preces que lhe dirijo quando me parece que eu não acredito em mais nada. Quando sou incapaz de ver qualquer coisa além do foco onde coloco a minha dor. Quando não consigo articular meus pensamentos nem entrar em contato com alguma doçura que me faça lembrar das coisas que realmente nos movem. Quando não lhe dirijo nenhuma prece. Nem com palavras. Nem com um sorriso enternecido quando dou de cara com uma flor. Com um pôr-de-sol. Com uma criança. Com uma lua cheia. Com o cheiro do mar. Com o riso bom de um amigo. Que ele me ouça com o seu ouvido amoroso e me acolha no seu coração, porque é exatamente nesses momentos que eu não consigo ouvi-lo em mim.